sábado, dezembro 22, 2007

Túnel da Morte.

Nos últimos dias tenho passado diariamente pelo Túnel do Marquês. Depois de tanta polémica em volta da sua construção e segurança estive quase para vestir umas fraldas antes de lá entrar. É porque não sou muito dado a montanhas russas, na feira popular a minha atracção favorita era a casa dos espelhos e a peruca do homem dos tiros de pressão de ar, e o maior risco que corria era o de comer uma refeição num dos restaurantes da feira.
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Se a ASAE existisse na altura não só teria encerrado todos os restaurantes da feira popular como teria desenvolvido o departamento de microbiologia mais evoluído da Península Ibérica, quiçá da Europa, para estudar as bactérias encontradas. O grande risco do motoqueiro do poço da morte não era desafiar a gravidade, mas sim fazê-lo com umas febras da feira no bucho e não vomitar. E a mota era movida a sangria directamente do jarro…mas isso é tema para outras histórias, voltando ao Túnel...
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O Túnel do Marquês foi para mim uma grande desilusão em termos de risco e aventura, foi como ir ver um Indiana Jones realizado pelo Manoel de Oliveira. É o lugar mais democrático da cidade de Lisboa. Qualquer que seja o carro que se tenha, posição social ou rendimento, todas as pessoas andam a 50km/h.
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O mais perigoso do túnel é mesmo a velocidade. Não tem nada a ver com o declive, mas com a obrigação de conduzir a 50km/h que nos obriga a ir constantemente a olhar para o velocímetro, o que torna a condução muito perigosa. O que me consola é saber que se tivesse sido em Lisboa, a Princesa Diana provavelmente ainda estaria viva.

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