Uma história simples..

Ultimamente tenho me entregue às coisas mais banais da vida, como por exemplo andar às compras com a amiga do peito, como se já fosse casado etc..
Mas ontem estava em casa quando recebo um telefonema de um amigo de infância, meu vizinho ,mas com o qual não tenho falado muito..
- tou puto, tás bem.. é o pedro..
- tão pá que andas a fazer? nunca mais saimos pra beber um copo..
- ya podes crer, mas também nunca sei se estás cá ou na suécia..
- ya caga.. então o que tens feito?
- pá não me digas nada, o meu cão desapareceu vai pra dois dias.. a minha mãe tá de rastos..
- então como é que foi?
- entrei com os copos e deixei o portão do jardim mal fechado.. o gajo pirou-se!!
- granda cena... e agora?
- agora tava-te a ligar pra ver se me dás uma boleia pra irmos á procura dele aqui na zona
- ya vamos lá.. encontramo nos no café..
-ok, daqui a 10 minutos.. hasta!

E pronto, assim foi, tenho a certeza que todos os meus amigos, mesmo aqueles que não vejo ou falo à algum tempo, têm a consciência que se precisarem estou com eles.. e vice versa!!
vesti um casaco e fui ter com o pedro ao café..
dali seguimos de carro por toda a zona de sintra, passando mais devagar cada vez que viamos um cão.. para ver se o Simba andava nas redondezas..
por fim, já fartos e de cu quadrado decidimos fazer as roelas da vila a pé para ver se ele andava perdido..
Nada!!! nem cheiro do cão.. pelo meio fomos pondo a conversa em dia, e apercebi-me que o pedro nem curtia muito o cão, mas que a sua mãe estava muito perturbada e triste..
As horas foram passando e no final da tarde estavamos os dois de rastos. Decidimos voltar para casa e bebermos uma jola à noite..
quando estavamos a chegar à nossa rua, vimos o Simba a correr de um lado para o outro , todo maluco, devia ter fome e estava muito desorientado.. saímos do carro e o pedro começou a correr para o apanhar... só que o Simba estava muito nervoso e desatou a fugir do pedro.. Eu nunca curti o cão e o cão nunca me curtiu, porque tenho um pastor alemão que anda sempre doido para o trincar..
fiquei parado junto ao portão de casa do pedro, não fosse o cão entrar e eu fechava-o logo lá dentro...
O pedro tentou apanhá-lo uma segunda vez mas o cão atravessou a estrada a correr, estava cada vez mais longe..
chamei o pedro e disse-lhe que o melhor era chamar a mãe dele, porque o cão estava todo assustado e se a visse podia ser que voltasse a casa..
Ele assim fez.. A d. Teresa veio à rua e mal viu o Simba, chamou-o com os olhos cheios de lágrimas de nervoso e felicidade..
O caraças do cão, mal ouviu a dona, levanta a cabeça e desata a correr para casa... para os braços da d. Teresa..
atravessa a rua a correr, passa por cima do relvado da rotunda, e assim que mete as patas dianteiras na estrada a seguir, leva-me uma passa de uma carrinha das distribuições, que o atirou no ar uns bons 20 metros às voltas.. a porrada foi na cabeça e o gajo nem teve tempo de travar.. a história era simples e com fim previsível...
o cão marou logo.. o pedro ainda tentou enganar a mãe a dizer que não era o simba, e que o cão tinha ficado bem e fugido assustado.. mas a d. Teresa ficou apanhada.. eu fiz sinal ao gajo da carrinha para basar pois não havia nada a fazer..
metemos o cão num saco e foi pró lixo... voltámos ao café... bebemos duas ou três imperiais sem trocar palavra.. no fim quando vinhamos para casa.. e talvez sob o efeito do álcool, ainda nos rimos..
Pagou ele... as imperiais!!!

rodes