Muito se fala do tamanho do pénis como uma preocupação do homem na afirmação da sua masculinidade. Falo nisto porque ontem li alguns blogs, femininos na maior parte, que abordavam a questão do tamanho e a importância que os cm têm para os homens e não tanto nuns casos, noutros sim, para as mulheres. Muito se tem debatido sobre este assunto e não posso deixar de dar o meu contributo para o tema, tentando explicar às Sras. o porquê desta obsessão de alguns homens que por vezes os apoquenta uma vida inteira.
O objectivo principal de qualquer espécie é a sobrevivência e a reprodução. Para nós homens, quando nos despimos em frente de alguém, o pénis é o cartão de visita imediato e espontâneo da nossa capacidade/performance reprodutiva, logo um indicador subjectivo mas de “primeira impressão” de sermos capazes de contribuir para perpetuação da raça humana e de ao mesmo tempo satisfazer o sexo oposto, o que aumenta a possibilidade de repetirmos o acto e de nos reproduzirmos mais vezes. Se não somos dotados e nos despimos sem termos hipótese de demonstrar que tudo funciona bem, ou seja, sem ter à mão testemunhos pessoais positivos de pelo menos de 3 ex namoradas, toda a nossa capacidade de sucesso na prossecução do objectivo da nossa existência fica reduzido à avaliação de um piscar de olhos, sempre com a safa da piada: “pequenina mas trabalhadora” ou “está assim por causa do uso” ou ainda com a explicação: “como é fria a água desta piscina”. Talvez inconscientemente se pense que tamanho é sinal de competência, afinal os elefantes e baleias sobrevivem de uma forma aparentemente tranquila existindo há milhares de anos, e é do conhecimento geral que são animais dotados. Por outro lado as formigas e as baratas parecem viver em permanente stress e têm grandes probabilidades de morrer prematuramente, basta por exemplo levarem com uma borradela de pombo na cabeça.
Numa primeira fase da vida o único modo de aferimento da aceitação social do nosso tamanho é a comparação ou a alcunha resultante de um precipitado despir de cuecas no balneário da escola. Esta fase pode ser traumatizante. Na maior parte das vezes os termos de comparação são profissionais que se despem para revistas e filmes e que têm um aparente sucesso com mulheres voluptuosas, ou outros miúdos que ficaram conhecidos como “mangueiras” ou “dumbo” no liceu e que por isso não têm motivos para se intimidarem de se despirem à frente de todos e de criarem mais dúvidas em relação ao “normal” tamanho do dito.
O problema começa a ser o de aceitação entre os pares (leia-se outros homens), mas com uma preocupação completamente diferente, que é a aceitação da mulher. Mas sempre com a ideia que elas têm os mesmos padrões de comparação que nós tivemos até então. Se o mundo fosse apenas de homens não haveria este problema, tudo se resumiria à medição dos decibéis dos peidos e respectivo fedor.
Como felizmente o objectivo é sobreviver e procriar são precisas as mulheres e aí começam os problemas. Ao contrário dos homens a disponibilidade das mulheres para a procriação não é, digamos, permanente. É por isso que não se vêem mulheres nuas nas dunas da Costa da Caparica a olhar para os homens na praia e desejosas de companhia, se as houvesse, haviam com certeza homens disponíveis a irem ter com elas, não tenham dúvidas. É esta diferença de disponibilidade que leva os homens a pensarem que tem que ser especiais para serem escolhidos pelo sexo oposto e é natural que pelas particularidades do acto de procriação aliado à falta de conhecimento empírico, os homens pensem que o tamanho será fundamental para a aceitação.
Pois bem minhas Sras, tudo isto para vos explicar que se conhecem homens com dúvidas em relação ao tamanho estas estão relacionadas com um vasto “background” cinéfilo que proporcionou um imenso conhecimento teórico mas que não foi acompanhado por trabalho de campo. Poderá também dar-se o caso de as monitoras dos trabalhos de campo terem sido ambíguas em relação ao insucesso da actividade e ter levado o homem a questionar o problema que para ele é mais óbvio. Ou foi isto ou então ele tem um pénis realmente muito pequeno.
Na verdade é uma questão de tempo até um homem perceber que “ter um diploma de engenharia” não é o suficiente para ser “verdadeiramente um Eng”.
Por último, e dando mais um argumento para os homens que ainda têm a dúvida: se o tamanho é importante? Se o tamanho tivesse importância e seguindo a teoria da evolução de Darwin, “só os maiores” sobreviveriam e deixariam descendentes com as mesmas características, se assim fosse ao fim de todos estes séculos não existiram biliões de chineses e japoneses.
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