Super Gorila.

Foi preciso ir ao Porto para voltar a encontrar a Super Gorila. Há pelo menos 20 anos que não comprava um pacote de Super Gorila. A imagem está meio esbatida, como as memórias de pré adolescência que só ganharam cor quando voltei a cravar os dentes numa super rígida e a princípio ácida, super gorila de laranja. Ela chamava-se Mónica estávamos no segundo ano do ciclo e era a miúda mais gira da escola. Pelo menos para mim era, apesar de nunca lhe ter dito.

Não tinha muito jeito para futebol mas conseguia mastigar cinco destas pastilhas ao mesmo tempo. Os balões eram tão grandes que se rebentassem cobriam a cabeça até à nuca. As grandes concorrentes eram as pastilhas Bang Bang, que vinham de Espanha e eram vendidas à porta da Escola nas traseiras de uma carrinha cor de laranja. O grande sucesso eram as Bang Bang de Coca Cola. As chiclets eram pastilhas de mais velhos. A minha prima tinha sempre umas azuis claras de mentol que nós corajosamente chupávamos sem nos atrevermos a trincar e inspirávamos pela boca até nos virem as lágrimas aos olhos. As gorilas “pequenas” eram pastilhas mais vulgares que só comprávamos quando não havia dinheiro para mais. O que era giro fazer com estas era misturar muitas na boca fazendo uma home made gorila tutti frutti.


Se tivesse sido filmado era mais ou menos assim: