Hoje, e passados uns seis ou sete anos, voltei a andar de autocarro. Algumas coisas mudaram, outras não.
Enquanto esperava o “meu” autocarro passaram logo dois do mesmo número mas no sentido contrário,”estou feito” pensei eu, mas afinal não, passados cinco minutos apareceu. Comecei logo com uma asneira, tentar picar o módulo numa máquina que afinal era para “ler” os passes – “ o obeliterador é ali atrás!” – alertou-me prontamente o Sr.motorista. Ao fim de sete anos também perdi algum do equilibrio que adquiri durante toda a minha juventude de transportes públicos, uma velhota ia logo levando com o computador na testa. – “vêm a ouvir música e não se agarram!”. Reparei que em sete anos os portugueses perceberam a incompatibilidade entre ar condicionado e janelas abertas (ou então foi sorte), e pelo menos estava fresco. Com a minha cara de “facilitador social” houve logo um velhote que me perguntou se o autocarro parava na 5 de Outubro, azar o dele que também era a primeira vez que eu andava “naquela carreira”.
Cheguei ao escritório em 10 minutos, não tive que estacionar, não paguei parque, sem stress de conduzir no trânsito...Tinha saudades de andar de autocarro.
JM
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