Decisão de Ano Novo n.º 1.

Cada vez mais sou um arquivo ambulante, os meus bolsos de calças e casacos são uma verdadeira Torre do Tombo da minha vida.

Sempre que visto um casaco e meto a mão no bolso encontro um papel: recibos de multibanco e cartões de crédito, recibos verdes de idas ao médico, cartões de parques de estacionamento, bilhetes de cinema, bilhetes de metro, papeis para troca de compras, extractos de conta, bilhetes de concertos, flyers que recebo na rua e como não tenho lixo perto meto no bolso, cartões de visita, bilhetes de futebol, recibo de ordenado, facturas, senhas de filas de espera, etc., etc., etc. Muitos deles fazem sentido guardar na altura porque, por algum motivo penso, “Isto ainda me vai ser útil”, ou “Isto é bom para o IRS”.

Mas no fim de contas tenho o equivalente ao Pinhal de Leiria dentro do guarda-fatos e a maior parte dos papeis, mais tarde ou mais cedo, acaba por se transformar em pasta de papel na máquina de lavar roupa.

Decisão de Ano Novo: ou passo a não aceitar papeis, ou a vestir-me como um Índio da Amazónia.

JM